cururuh escreveu:Olá, meus caros!!
Ando meio sumido de comentários, mas sempre navego pelo fórum, aprendendo sempre algo novo...
Estive conversando com um consultor Shell, o cara é bom! Tem uns cursos aí da fábrica da Mobil e Shell, ele é quem passa o treinamento de oficinas, lojas e frotistas. O cara manja muito. Ele me passou algo bem interessante para meu Voyage 95 AP 1.6s, que vou compartilhar e discutir com vocês sobre isso.
O óleo do motor recomendado para nossos carros, na época de sua fabricação é o 20W40.
Esse óleo não é mais disponibilizado para vendas, a galera migrou para o 20W50, inclusive eu!
Partindo do princípio que nossos carros estejam bem conservados e com as devidas folgas dos motores bem próximos aos padrões de fábrica, o óleo ideal, nos dias de hoje, seriam os minerais ou semi-sintéticos 15W40. Isso mesmo! Os 15W40 iriam fazer quase o mesmo efeito, sendo que, melhoraria o funcionamento do motor nas partidas à frio.
Resolví testar no meu carro, e, até agora estou satisfeito, pois o carro não mudou o funcionamento(digo, rajando ou apresentando ruídos estranhos), sendo que,, o óleo mais fino deixa o motor mais leve no funcionamento e a tecnologia atual, com mais detergencia, vai deixar meu motor mais limpo!
O óleo que eu usei foi o
Shell Rimula RT4-X (Para motores Diesel de trabalho pesado, com aprovação também para nossos motores Ciclo Otto).
Mas, ele me deixou bem claro que, o óleo que eu usei, tem que ser usado com cuidado na primeira aplicação, pois ele pode fazer um "Flush" no motor e entupir pescador ou filtro de óleo, lembrando também que, o meu motor estava sem borras no momento da aplicação.
Os óleos que eu julguei recomendado, seriam:
*LUBRAX TECNO 15W40 API SN
*SHELL RIMULA RT4X 15W40
*MOBIL DELVAC CI-4 15W40
*LUBRAX TOP TURBO 15W40
OBS.: A minha escolha pelo SHELL, se deu por conta de que eu tenho uma lojinha de peças e eu já tinha esse óleo no estoque.
Mais dúvidas, estarei à disposição.
Fala grande!
1.
Esses motores em que só é especificado o óleo 20W-40 (1992 a 1995) é uma faca de dois gumes... pois nem 15W-40 e nem 20W-50 são os ideais.
Tem uma teoria que diz que quanto mais fino o óleo a frio melhor é a partida e a lubrificação. Mas tem outra teoria que não se pode alterar a viscosidade do óleo a frio e nem muito menos a quente, pois assim prejudica a capacidade de lubrificação do motor e assim gera desgaste prematuro do mesmo.
Então ou a pessoa pergunta para um fabricante de óleo de renome (Mobil, Shell, Petrobrás, etc) qual é a viscosidade de óleo mais indicada para ele já que não existe mais o 20W-40... ou arrisca testar o 15W-40 ou 20W-50 e ver qual melhor atende no quesito consumo de óleo, combustível e ruídos. Pois o estado de desgaste do motor vai determinar qual dos dois óleos vai melhor atender.
Me lembro que uma vez perguntei por e-mail para um fabricante de óleo de renome se um Gol 1993 1.8AP, cujo Manual do Proprietário só recomenda o óleo 20W-40, poderia usar os óleo de viscosidades 10W-40 e 15W-40 ou até um mais grosso como o 20W-50. Considerando que essa empresa não produzia mais o 20W-40.
Em resposta a empresa informou que a princípio sim, se pode utilizar um lubrificante mais viscoso sem problemas. Na verdade, como você disse que seu carro é ano e/ou modelo 1993, suponho que ele deva estar com uma quilometragem um pouco alta. E nesses casos, o recomendável é utilizar um lubrificante mais viscoso.
2.
Quanto a usar óleo de caminhão em carro já sou conservador... pois na minha opinião óleo de caminhão é para caminhão e não para carro. Eu só faria isso se soubesse da formula exata de um óleo de carro e de um equivalente de caminhão, ou seja através de uma análise em laboratório a composição química do óleo, mas como sou ignorante nisso, então prefiro seguir o que recomenda os catálogos dos fabricantes de óleo, ou seja, óleo pra carro mesmo.
Porque com certeza um óleo de caminhão não é igual a um de carro, ambos provavelmente tem seu pró e contra. Vale ressaltar a diferença entre os motores diesel linha pesada e carros:
- regime de rotação:
Motor de caminhões grandes (carreta 20 toneladas e etc) tem faixa de giro mais baixa em relação a um carro.
- Scania R 400 - ano 2017 - 12.7-L - 6 cilindros - diesel tem: 406 CV a 1.900 rpm e torque máximo de 2.100 N.m a 1.000 rpm;
- Porsche 911 Turbo - ano 2017 - 3.8-L - 6 cilindros - gasolina tem: 580 CV a 6.800 rpm e torque máximo de 765 N.m a 2.300 rpm;
- Gol 1.8AP 1990 gasolina tem: 95 CV a 5.400 rpm e torque máximo de 153 N.m a 3.200 rpm.
Então o esforço e consequentemente desgaste de um motor de carro é maior que o de um caminhão devido ao alto giro do motor (rpm) de um carro em relação a um caminhão. Imagine o calor gerado pelo atrito entre os anéis dos pistões e os cilindros do motor com o aumento da rotação do motor. E somado a isso a carga de calor gerada a cada ignição a mistura ar combustível com o aumento da rotação... coitado do óleo... frita literalmente.
- tipo de composição química do combustível:
O diesel deve interagir com óleo de uma maneira diferente da gasolina ou etanol, então tudo indica de o diesel tem uma agressividade (degradação) ao óleo diferente da gasolina ou etanol.
- regime de trabalho:
Caminhão 90% do trajetos dele geralmente é estrada, ou seja condições normais de utilização, já os automóveis de capitais 99,99% deles (São Paulo-SP por exemplo) que a pessoa usa no dia a dia para trabalhar é um trânsito caótico de anda e para e então o seu uso é severo. Então se exige uma carga de aditivos para compensar esse trânsito caótico de anda e para. Então o motor funciona mas o hodômetro não registra o tempo que o motor funcionou, só registra a quilometragem que o carro andou, ou seja, o carro parado no trânsito em marcha-lenta o óleo vai se degradando e isso não é contabilizado.
As situações a seguir exemplificam condições de uso severo do veículo:
- trânsito freqüente em estradas com alto índice de poeira ou sem pavimentação;
- em trajetos curtos (abaixo de 10 km diários) ou com motor funcionando em temperaturas abaixo do regime considerado ideal;
- trânsito freqüente em baixos regimes de rotação do motor com tráfego intenso, onde o motor permanece um longo período em marcha lenta;
- longos períodos de inatividade.
Eu, por exemplo, moro em São Paulo-SP e na hora do rush eu levo mais de 1h e 15 min para percorrer apenas 15 km, o que daria no mesmo tempo viajando em uma rodovia a uma velocidade média de 80 km/h uns 100 km. Imagine uma pessoa que enfrenta este mesmo trânsito que eu, porém todos os dias 1h e 15 min de ida ao trabalho e mais 1h e 15 min de volta para casa... seria como se andasse 200 km por dia em uma rodovia... o que daria 4.000 km por mês (200 km x 20 dias) e 44.000 km por ano (11 meses). Então esta situação caótica do trânsito de São Paulo-SP pra mim não seria nem uso severo... seria severíssimo!!!
Mas tem gente que acredita que tudo isso é uma jogada market... acreditam que óleo de caminhão e carro é exatamente o mesmo... Mas eu volto a dizer só acredito vendo uma análise de laboratório da composição química do óleo.
E por fim eu não sou dono da verdade... pois a verdade é relativa. O meu ponto de vista com relação ao discutido hoje é esse e amanhã pode ser outro... É como diz aquela música do Raul Seixas/Paulo Coelho - Metamofose Ambulante:
"Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Abraços,
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