Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Dicas, dúvidas, curiosidades.

Moderadores: DESIGN/CRIAÇÃO, MODERADOR, SUPORTE

Responder
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Eu não disse que gasolina batizada com solvente prejudica o óleo? Fato confirmado! E essa gasolina "formulada" que tem mais de 200 tipos de solventes, será que faz mal? A nossa ANP testou o efeito dessa gasolina "formulada" nos nossos óleos dos nossos carros??? Veja o vídeo abaixo sobre isso:

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=AEYB6gcm7KM[/BBvideo]
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
bleidao
SUPORTE
SUPORTE
Mensagens: 13370
Registrado em: 06 Set 2010, 09:23
Carro: Gol Plus 1986
Localização: Serra, ES
Contato:

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por bleidao »

Infelizmente nesse país de corruptos tudo é permitido!
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Hoje vou abrir aqui o debate sobre usar óleo de caminhão em carro. Como alguns sabem sou Engº Mecânico e o assunto abaixo vai ser de fato muito avançado... não se preocupem se não conseguirem entender tudo. Eu também demorei muito para entender... tive que ralar muito, estudar muito. Mas hoje entendo tudo o que escrevi logo abaixo... afinal sou engenheiro mecânico e é nossa linguagem diária o que está descrito abaixo.

Meu concunhado que é Químico Industrial achou muito bom o que escrevi abaixo pra vocês, mas ele me alertou que não é qualquer um que vai conseguir entender tudo, pois a linguagem é muito muito técnica e complexa por sinal... afinal é linguagem de engenharia mecânica e química industrial.

Por fim a vida é assim:

"Quanto mais sei, mas sei que nada sei!"


Agora chega de papo e vamos lá!

Eu só usaria óleo de caminhão (motor ciclo Diesel) no meu carro (motor ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV)) se eu soubesse da formula exata de um óleo de carro e de um equivalente de caminhão, ou seja através de uma análise em laboratório saberia a composição química do óleo (teor de aditivos anti-desgaste, detergente e dispersante).

Então o correto seria a pessoa rodar em um mesmo carro 5.000 km com óleo de caminhão de determinada marca (Mobil por exemplo) e 5.000 km com o óleo de carro API SN da mesma marca que o de caminhão, e então levaria os referidos óleos usados para análise em laboratório.

Feito isso, através do resultado do exame laboratorial de óleo lubricante denominado como: absorção atômica (contaminação por metais) , saberia qual óleo o motor desgastou menos nos 5.000 km rodados com cada uns dos dois óleos. Isso sim seria plausível porque achar que tal óleo é melhor que outro é especulação.

Vejam no vídeo do link abaixo aos 16 minutos e 30 segundos, como é feita uma análise completa de um óleo lubrificante para motores, em especial a de absorção atômica (contaminação por metais):

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=7sqPbXrgN3E[/BBvideo]

Porque com certeza um óleo de caminhão não é igual a um de carro, ambos provavelmente tem seu pró e contra. Vale ressaltar a diferença entre os motores diesel de caminhão (linha pesada - 20 toneladas de carga) e carros com motor Ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV):

1. regime de rotação:

Motor de caminhões grandes (carreta 20 toneladas e etc) tem faixa de giro mais baixa em relação a um carro.

- Scania R 400 - ano 2017 - 12.7-L - 6 cilindros - diesel tem: 406 CV a 1.900 rpm e torque máximo de 2.100 N.m a 1.000 rpm;
- Porsche 911 Turbo - ano 2017 - 3.8-L - 6 cilindros - gasolina tem: 580 CV a 6.800 rpm e torque máximo de 765 N.m a 2.300 rpm;
- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina tem: 95 CV a 5.400 rpm e torque máximo de 153 N.m a 3.200 rpm.

Então o desgaste de um motor de carro é maior que o de um caminhão devido ao alto giro do motor (rpm) de um carro em relação a um caminhão. Imagine o calor gerado pelo atrito entre os anéis dos pistões e os cilindros do motor com o aumento da rotação do motor. E somado a isso a carga de calor gerada a cada ignição a mistura ar combustível com o aumento da rotação... coitado do óleo... frita literalmente.


2. Potência Específica (performance) - relação potência vs capacidade volumétrica (cilindrada/litros) do motor (CV vs litro)


Talvez a forma mais comum de comparação, a potência específica nada mais é do que o resultado da divisão da potência máxima pela cilindrada em litros (capacidade volumétrica do motor), sendo que essa relação é conhecida como "performance", e quanto maior o valor desta relação menor será a vida útil do motor.

A Unidade que expressa a Potência Específica (performance) é CV/litro (cavalo vapor por litro).

Já a potência em si em física:

"Potência é a grandeza que determina a quantidade de energia concedida por uma fonte a cada unidade de tempo. Em outros termos, potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada ou é a rapidez com que o trabalho é realizado. Potência também pode ser entendida como sendo a força multiplicada pela velocidade".

Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAncia

Já o torque em si na física:

"O torque é definido a partir da componente perpendicular ao eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazê-lo girar em torno de um eixo ou ponto central conhecido como ponto pivô ou ponto de rotação. A distância do ponto pivô ao ponto onde atua uma força ‘F’ é chamada braço do momento e é denotada por ‘r’. Note que esta distância ‘r’ é também um vetor.

Numa linguagem mais informal, poderá dizer-se que o torque é a medida de quanto uma força que age em um objeto faz com que o mesmo gire".


Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Torque

Assim quando o intuito é velocidade máxima o importante é a potência do motor. Por outro lado quando o intuito é o trabalho em si não importando a velocidade ou tempo de execução o importante é o torque do motor.

Vejam a tabela abaixo que mostra a potência específica de diversos motores:

Imagem

Fonte:

http://nivelandoaengenharia.com.br/geral/potencia/



- Scania R 400 - ano 2017

406 CV / 12,7 litros = 32,0 CV / litro


- Porsche 911 Turbo - ano 2017

580 CV / 3,8 litros = 152,6 CV / litro


- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina

95 CV / 1,8 litros = 52,8 CV / litro


Assim vejam que um simples motor 1.8AP tem maior potência específica (relação potência e sua capacidade volumétrica) que um caminhão super potente como o Scania R 400 - ano 2017 (52,8 CV / litro contra 32,0 CV / litro). Logo um Gol 1.8 AP é mais exigido que um caminhão Scania R 400, assim a vida útil de um motor de Gol 1.8AP tende a ser muito menor que a de um caminhão Scania R 400.



3. Pressão Média Efetiva - MEP

A Pressão Média Efetiva (MEP – Mean Effective Pressure), é definida como a pressão constante que, se aplicada aos pistões de um motor, resultaria no torque que ele é capaz de exercer. É muito útil para comparar motores de cilindradas diferentes, servindo como uma medida da capacidade de trabalho que um motor consegue realizar independentemente de sua cilindrada ou ciclo de funcionamento (ciclo Diesel e ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol e GNV)).


MEP = 2*Pi*T*10(-5) / Cc*nc*10(-6)


MEP = Pressão média efetiva (bar)
T = Torque (N.m)
Cc = Cilindrada (cm³)
nc = Número de rotações por ciclo de potência (0,5 para motores 4 tempos, 1 para motores Wankel e 2 tempos)
10(-5) = base de 10 elevada a (-5) potência.



"Podemos ver assim que a MEP pode ser vista como um resumo da eficiência do design de um motor, pois maiores valores estão diretamente relacionados a maiores eficiências, tanto volumétricas quanto de combustão.

O maior valor da MEP ocorre no pico de torque do motor, e valores maiores indicam uma maior capacidade de realizar trabalho. Abaixo temos alguns valores típicos de MEP:"


Imagem

Fonte:

http://nivelandoaengenharia.com.br/geral/potencia/


- Scania R 400 - ano 2017 = 20,8 bar


- Porsche 911 Turbo - ano 2017 = 25,3 bar


- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina = 10,7 bar


Assim vejam que o o Porsche 911 tem maior capacidade de realizar trabalho que o Scania R 400, que por sua vez tem mais capacidade que o Gol 1.8AP.



4. tipo de composição química do combustível:

O diesel deve interagir com óleo de uma maneira diferente da gasolina ou etanol, então tudo indica de o diesel tem uma agressividade (degradação) ao óleo mais branda do que a gasolina ou o etanol. E outra o óleo diesel já é um óleo então óleo com óleo não deve fazer tão mal pro óleo do motor.

Vale lembrar que óleo de carro já vem com um aditivo para neutralizar os ácidos resultantes da queima do álcool e também do álcool misturado na gasolina, tornado o óleo imune aos resíduos da queima do álcool, fazendo que não ocorra corrosão no motor. Será que óleo de motor diesel tem esse tal aditivo?



5. regime de trabalho:

Caminhão 90% do trajetos dele geralmente é estrada, ou seja condições normais de utilização, já os automóveis de capitais 99,99% deles (São Paulo-SP por exemplo) que a pessoa usa no dia a dia para trabalhar é um trânsito caótico de anda e para e então o seu uso é severo. Então se exige uma carga de aditivos para compensar esse trânsito caótico de anda e para. Então o motor funciona mas o hodômetro não registra o tempo que o motor funcionou, só registra a quilometragem que o carro andou, ou seja, o carro parado no trânsito em marcha-lenta o óleo vai se degradando e isso não é contabilizado.

As situações a seguir exemplificam condições de uso severo do veículo:
- trânsito freqüente em estradas com alto índice de poeira ou sem pavimentação;
- em trajetos curtos (abaixo de 10 km diários) ou com motor funcionando em temperaturas abaixo do regime considerado ideal;
- trânsito freqüente em baixos regimes de rotação do motor com tráfego intenso, onde o motor permanece um longo período em marcha lenta;
- longos períodos de inatividade.

Eu, por exemplo, moro em São Paulo-SP e na hora do rush eu levo mais de 1h e 15 min para percorrer apenas 15 km, o que daria no mesmo tempo viajando em uma rodovia a uma velocidade média de 80 km/h uns 100 km. Imagine uma pessoa que enfrenta este mesmo trânsito que eu, porém todos os dias 1h e 15 min de ida ao trabalho e mais 1h e 15 min de volta para casa... seria como se andasse 200 km por dia em uma rodovia... o que daria 4.000 km por mês (200 km x 20 dias) e 44.000 km por ano (11 meses). Então esta situação caótica do trânsito de São Paulo-SP pra mim não seria nem uso severo... seria severíssimo!!!



Conclusão

Sendo assim o motor diesel é muito mais evoluído do que um a gasolina, pois tem torque absurdamente maior, maior capacidade de realizar trabalho (Pressão Média Efetiva - MEP) e trabalha em baixas rotações, tem potência específica menor (relação potência vs capacidade volumétrica) e por isso tem vida útil bem maior que de motor a gasolina.

Assim não é o óleo que faz o motor diesel durar mais que o motor de ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV), mas sim a concepção do projeto, ou seja, a arquitetura do motor deisel é melhor que a do motor ciclo Otto no quesito durabilidade do motor.

Por outro lado quando o assunto for velocidade final o motor Ciclo Otto (metanol, gasolina ou etanol) é melhor que um motor diesel, por isso a Formula 1 não usa motores a diesel.

É uma pena no Brasil ser proibido ter carros a diesel (veículos de passeio), pois no resto do mundo não existe essa proibição. Mas como nem tudo são flores, é sabido que um motor diesel quando está desregulado ou mal conservado polui muito mais que um motor a gasolina ou etanol desregulado ou mal conservado.

Por fim, para uma boa vida útil de qualquer motor é essencial:
- trocar o óleo no período correto (indicado no manual do proprietário ou indicado na análise de óleo em laboratório);
- usar óleo recomendado para o tipo de veículo (óleo de carro para carro);
- usar combustível de qualidade (álcool/etanol ou gasolina batizados com solvente degradam o óleo em pouquíssimos quilômetros e formam a borra de óleo que pode até fundir o motor).

Conheci um taxista que teve um Omega 2.2-L a gasolina comprado aos 0 km e rodou mais de 800.000 km sem nunca ter aberto o motor (uso de taxista é considerado como regime severo de uso para troca de óleo). Ele vendeu este carro aos 800.000 km porque disse que enjoou dele.

O segredo segundo o referido taxista: usar o óleo recomendado pela GM (óleo AC Delco), trocar óleo no período recomendado pela fábrica do carro e usar combustível de qualidade. Ele aplicava o período de troca de óleo de uso severo, ou seja, a metade da quilometragem do de uso normal.

Mas eu já usei no meu Gol 1.8AP ano 90 diversas marcas de óleo (todas 20W-50): Castrol GTX - API SL, Shell Helix - API SL, Mobil Super API SM. Pois na época do meu carro no capô era recomendado umas 4 marcas e a classificação era API SE ou SF sendo 20W-40 ou 20W-50. Porém hoje em dia geralmente o óleo é o da própria marca do fabricante do carro como por exemplo a AC Delco da GM.

E agora estou usando o incrível Valvoline Max Life... ele é semi-sintético e é API SN, a API SN é a melhor classificação de óleo do mercado da categoria 20W-50 para veículos de passeio. Com Valvoline Max Life meu motor ficou mais macio, principalmente quando o motor está frio, mas não é todo motor que pode usar um óleo evoluído desse, pois se tiver borra pode entupir a bomba de óleo e fundir o motor.

Vejam maiores detalhes sobre o Valvoline Max Life e dicas de como limpar a borra de óleo do motor no link abaixo:

http://golquadrado.com.br/forum/viewtop ... e+Max+Life

Abraços,
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
meison
Membro
Membro
Mensagens: 254
Registrado em: 10 Nov 2015, 19:16
Carro: Gol GL 1.8T 1993

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por meison »

Rodox escreveu:Pessoal,

Hoje vou abrir aqui o debate sobre usar óleo de caminhão em carro. Como alguns sabem sou Engº Mecânico e o assunto abaixo vai ser de fato muito avançado... não se preocupem se não conseguirem entender tudo. Eu também demorei muito para entender... tive que ralar muito, estudar muito. Mas hoje entendo tudo o que escrevi logo abaixo... afinal sou engenheiro mecânico e é nossa linguagem diária o que está descrito abaixo.

Meu concunhado que é Químico Industrial achou muito bom o que escrevi abaixo pra vocês, mas ele me alertou que não é qualquer um que vai conseguir entender tudo, pois a linguagem é muito muito técnica e complexa por sinal... afinal é linguagem de engenharia mecânica e química industrial.

Por fim a vida é assim:

"Quanto mais sei, mas sei que nada sei!"


Agora chega de papo e vamos lá!

Eu só usaria óleo de caminhão (motor ciclo Diesel) no meu carro (motor ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV)) se eu soubesse da formula exata de um óleo de carro e de um equivalente de caminhão, ou seja através de uma análise em laboratório saberia a composição química do óleo (teor de aditivos anti-desgaste, detergente e dispersante).

Então o correto seria a pessoa rodar em um mesmo carro 5.000 km com óleo de caminhão de determinada marca (Mobil por exemplo) e 5.000 km com o óleo de carro API SN da mesma marca que o de caminhão, e então levaria os referidos óleos usados para análise em laboratório.

Feito isso, através do resultado do exame laboratorial de óleo lubricante denominado como: absorção atômica (contaminação por metais) , saberia qual óleo o motor desgastou menos nos 5.000 km rodados com cada uns dos dois óleos. Isso sim seria plausível porque achar que tal óleo é melhor que outro é especulação.

Vejam no vídeo do link abaixo aos 16 minutos e 30 segundos, como é feita uma análise completa de um óleo lubrificante para motores, em especial a de absorção atômica (contaminação por metais):

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=7sqPbXrgN3E[/BBvideo]

Porque com certeza um óleo de caminhão não é igual a um de carro, ambos provavelmente tem seu pró e contra. Vale ressaltar a diferença entre os motores diesel de caminhão (linha pesada - 20 toneladas de carga) e carros com motor Ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV):

1. regime de rotação:

Motor de caminhões grandes (carreta 20 toneladas e etc) tem faixa de giro mais baixa em relação a um carro.

- Scania R 400 - ano 2017 - 12.7-L - 6 cilindros - diesel tem: 406 CV a 1.900 rpm e torque máximo de 2.100 N.m a 1.000 rpm;
- Porsche 911 Turbo - ano 2017 - 3.8-L - 6 cilindros - gasolina tem: 580 CV a 6.800 rpm e torque máximo de 765 N.m a 2.300 rpm;
- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina tem: 95 CV a 5.400 rpm e torque máximo de 153 N.m a 3.200 rpm.

Então o desgaste de um motor de carro é maior que o de um caminhão devido ao alto giro do motor (rpm) de um carro em relação a um caminhão. Imagine o calor gerado pelo atrito entre os anéis dos pistões e os cilindros do motor com o aumento da rotação do motor. E somado a isso a carga de calor gerada a cada ignição a mistura ar combustível com o aumento da rotação... coitado do óleo... frita literalmente.


2. Potência Específica (performance) - relação potência vs capacidade volumétrica (cilindrada/litros) do motor (CV vs litro)


Talvez a forma mais comum de comparação, a potência específica nada mais é do que o resultado da divisão da potência máxima pela cilindrada em litros (capacidade volumétrica do motor), sendo que essa relação é conhecida como "performance", e quanto maior o valor desta relação menor será a vida útil do motor.

A Unidade que expressa a Potência Específica (performance) é CV/litro (cavalo vapor por litro).

Já a potência em si em física:

"Potência é a grandeza que determina a quantidade de energia concedida por uma fonte a cada unidade de tempo. Em outros termos, potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada ou é a rapidez com que o trabalho é realizado. Potência também pode ser entendida como sendo a força multiplicada pela velocidade".

Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAncia

Já o torque em si na física:

"O torque é definido a partir da componente perpendicular ao eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazê-lo girar em torno de um eixo ou ponto central conhecido como ponto pivô ou ponto de rotação. A distância do ponto pivô ao ponto onde atua uma força ‘F’ é chamada braço do momento e é denotada por ‘r’. Note que esta distância ‘r’ é também um vetor.

Numa linguagem mais informal, poderá dizer-se que o torque é a medida de quanto uma força que age em um objeto faz com que o mesmo gire".


Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Torque

Assim quando o intuito é velocidade máxima o importante é a potência do motor. Por outro lado quando o intuito é o trabalho em si não importando a velocidade ou tempo de execução o importante é o torque do motor.

Vejam a tabela abaixo que mostra a potência específica de diversos motores:

Imagem

Fonte:

http://nivelandoaengenharia.com.br/geral/potencia/



- Scania R 400 - ano 2017

406 CV / 12,7 litros = 32,0 CV / litro


- Porsche 911 Turbo - ano 2017

580 CV / 3,8 litros = 152,6 CV / litro


- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina

95 CV / 1,8 litros = 52,8 CV / litro


Assim vejam que um simples motor 1.8AP tem maior potência específica (relação potência e sua capacidade volumétrica) que um caminhão super potente como o Scania R 400 - ano 2017 (52,8 CV / litro contra 32,0 CV / litro). Logo um Gol 1.8 AP é mais exigido que um caminhão Scania R 400, assim a vida útil de um motor de Gol 1.8AP tende a ser muito menor que a de um caminhão Scania R 400.



3. Pressão Média Efetiva - MEP

A Pressão Média Efetiva (MEP – Mean Effective Pressure), é definida como a pressão constante que, se aplicada aos pistões de um motor, resultaria no torque que ele é capaz de exercer. É muito útil para comparar motores de cilindradas diferentes, servindo como uma medida da capacidade de trabalho que um motor consegue realizar independentemente de sua cilindrada ou ciclo de funcionamento (ciclo Diesel e ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol e GNV)).


MEP = 2*Pi*T*10(-5) / Cc*nc*10(-6)


MEP = Pressão média efetiva (bar)
T = Torque (N.m)
Cc = Cilindrada (cm³)
nc = Número de rotações por ciclo de potência (0,5 para motores 4 tempos, 1 para motores Wankel e 2 tempos)
10(-5) = base de 10 elevada a (-5) potência.



"Podemos ver assim que a MEP pode ser vista como um resumo da eficiência do design de um motor, pois maiores valores estão diretamente relacionados a maiores eficiências, tanto volumétricas quanto de combustão.

O maior valor da MEP ocorre no pico de torque do motor, e valores maiores indicam uma maior capacidade de realizar trabalho. Abaixo temos alguns valores típicos de MEP:"


Imagem

Fonte:

http://nivelandoaengenharia.com.br/geral/potencia/


- Scania R 400 - ano 2017 = 20,8 bar


- Porsche 911 Turbo - ano 2017 = 25,3 bar


- Gol 1.8AP - ano 1990 - gasolina = 10,7 bar


Assim vejam que o o Porsche 911 tem maior capacidade de realizar trabalho que o Scania R 400, que por sua vez tem mais capacidade que o Gol 1.8AP.



4. tipo de composição química do combustível:

O diesel deve interagir com óleo de uma maneira diferente da gasolina ou etanol, então tudo indica de o diesel tem uma agressividade (degradação) ao óleo mais branda do que a gasolina ou o etanol. E outra o óleo diesel já é um óleo então óleo com óleo não deve fazer tão mal pro óleo do motor.

Vale lembrar que óleo de carro já vem com um aditivo para neutralizar os ácidos resultantes da queima do álcool e também do álcool misturado na gasolina, tornado o óleo imune aos resíduos da queima do álcool, fazendo que não ocorra corrosão no motor. Será que óleo de motor diesel tem esse tal aditivo?



5. regime de trabalho:

Caminhão 90% do trajetos dele geralmente é estrada, ou seja condições normais de utilização, já os automóveis de capitais 99,99% deles (São Paulo-SP por exemplo) que a pessoa usa no dia a dia para trabalhar é um trânsito caótico de anda e para e então o seu uso é severo. Então se exige uma carga de aditivos para compensar esse trânsito caótico de anda e para. Então o motor funciona mas o hodômetro não registra o tempo que o motor funcionou, só registra a quilometragem que o carro andou, ou seja, o carro parado no trânsito em marcha-lenta o óleo vai se degradando e isso não é contabilizado.

As situações a seguir exemplificam condições de uso severo do veículo:
- trânsito freqüente em estradas com alto índice de poeira ou sem pavimentação;
- em trajetos curtos (abaixo de 10 km diários) ou com motor funcionando em temperaturas abaixo do regime considerado ideal;
- trânsito freqüente em baixos regimes de rotação do motor com tráfego intenso, onde o motor permanece um longo período em marcha lenta;
- longos períodos de inatividade.

Eu, por exemplo, moro em São Paulo-SP e na hora do rush eu levo mais de 1h e 15 min para percorrer apenas 15 km, o que daria no mesmo tempo viajando em uma rodovia a uma velocidade média de 80 km/h uns 100 km. Imagine uma pessoa que enfrenta este mesmo trânsito que eu, porém todos os dias 1h e 15 min de ida ao trabalho e mais 1h e 15 min de volta para casa... seria como se andasse 200 km por dia em uma rodovia... o que daria 4.000 km por mês (200 km x 20 dias) e 44.000 km por ano (11 meses). Então esta situação caótica do trânsito de São Paulo-SP pra mim não seria nem uso severo... seria severíssimo!!!



Conclusão

Sendo assim o motor diesel é muito mais evoluído do que um a gasolina, pois tem torque absurdamente maior, maior capacidade de realizar trabalho (Pressão Média Efetiva - MEP) e trabalha em baixas rotações, tem potência específica menor (relação potência vs capacidade volumétrica) e por isso tem vida útil bem maior que de motor a gasolina.

Assim não é o óleo que faz o motor diesel durar mais que o motor de ciclo Otto (gasolina, etanol, metanol ou GNV), mas sim a concepção do projeto, ou seja, a arquitetura do motor deisel é melhor que a do motor ciclo Otto no quesito durabilidade do motor.

Por outro lado quando o assunto for velocidade final o motor Ciclo Otto (metanol, gasolina ou etanol) é melhor que um motor diesel, por isso a Formula 1 não usa motores a diesel.

É uma pena no Brasil ser proibido ter carros a diesel (veículos de passeio), pois no resto do mundo não existe essa proibição. Mas como nem tudo são flores, é sabido que um motor diesel quando está desregulado ou mal conservado polui muito mais que um motor a gasolina ou etanol desregulado ou mal conservado.

Por fim, para uma boa vida útil de qualquer motor é essencial:
- trocar o óleo no período correto (indicado no manual do proprietário ou indicado na análise de óleo em laboratório);
- usar óleo recomendado para o tipo de veículo (óleo de carro para carro);
- usar combustível de qualidade (álcool/etanol ou gasolina batizados com solvente degradam o óleo em pouquíssimos quilômetros e formam a borra de óleo que pode até fundir o motor).

Conheci um taxista que teve um Omega 2.2-L a gasolina comprado aos 0 km e rodou mais de 800.000 km sem nunca ter aberto o motor (uso de taxista é considerado como regime severo de uso para troca de óleo). Ele vendeu este carro aos 800.000 km porque disse que enjoou dele.

O segredo segundo o referido taxista: usar o óleo recomendado pela GM (óleo AC Delco), trocar óleo no período recomendado pela fábrica do carro e usar combustível de qualidade. Ele aplicava o período de troca de óleo de uso severo, ou seja, a metade da quilometragem do de uso normal.

Mas eu já usei no meu Gol 1.8AP ano 90 diversas marcas de óleo (todas 20W-50): Castrol GTX - API SL, Shell Helix - API SL, Mobil Super API SM. Pois na época do meu carro no capô era recomendado umas 4 marcas e a classificação era API SE ou SF sendo 20W-40 ou 20W-50. Porém hoje em dia geralmente o óleo é o da própria marca do fabricante do carro como por exemplo a AC Delco da GM.

E agora estou usando o incrível Valvoline Max Life... ele é semi-sintético e é API SN, a API SN é a melhor classificação de óleo do mercado da categoria 20W-50 para veículos de passeio. Com Valvoline Max Life meu motor ficou mais macio, principalmente quando o motor está frio, mas não é todo motor que pode usar um óleo evoluído desse, pois se tiver borra pode entupir a bomba de óleo e fundir o motor.

Vejam maiores detalhes sobre o Valvoline Max Life e dicas de como limpar a borra de óleo do motor no link abaixo:

http://golquadrado.com.br/forum/viewtop ... e+Max+Life

Abraços,
PQP Rodox! No bom sentido! Deu aula, excelente aporte! Ja sei que oleo vou usar quando conseguir fechar meu motor. Aprendi muito nessa informacao vlw!
Estudar e investir, em voce mesmo Imagem
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

meison escreveu: PQP Rodox! No bom sentido! Deu aula, excelente aporte! Ja sei que oleo vou usar quando conseguir fechar meu motor. Aprendi muito nessa informacao vlw!
Muito obrigado, Meison! :friend:
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Chegou o resultado do óleo após (4.570 km)... arredondando... 5000 km e 8 meses de uso:


Vejam o vídeo que fiz do óleo coletado com 5000 km de uso:

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=ZA951Sc4zhY[/BBvideo]



Segue abaixo os dados da análise do óleo: com relação ao desgaste do motor:



A) Desgaste do motor após 2000 km rodados e 5 meses:

Alumínio - Al (ppm) = 3;
Cromo - Cr (ppm) = 2;
Cobre - Cu (ppm) = 4;
Ferro - Fe (ppm) = 13;
Níquel - Ni (ppm) = 1;
Chumbo - Pb (ppm) = 1.



B) Desgaste do motor após 5000 km rodados e 8 meses:


Alumínio - Al (ppm) = 4;
Cromo - Cr (ppm) = 2;
Cobre - Cu (ppm) = 7;
Ferro - Fe (ppm) = 21;
Níquel - Ni (ppm) = 1;
Chumbo - Pb (ppm) = 1.


O grau de desgaste só é possível mensurar através da experiência do Laboratorista de análise de lubrificantes com relação a este tipo de motor, pois cada tipo de motor (marca/modelo/combustível) tem um padrão de desgaste (motor 1.8AP a gasolina desgasta diferente de um 1.6 CHT a gasolina e assim por diante), e ainda existem vários outros fatores que afetam o desgaste do motor como: uso severo, uso normal, modo de dirigir, qualidade do combustível, qualidade do óleo lubrificante, passar do período recomendado de troca do óleo, etc.

E segundo o Laboratorista do IAPA - Instituto de Avaliações e Perícias Automotivas, Sr. Clayton Anacleto, que fez a análise do óleo do meu motor, o desgaste do meu motor foi muito baixo para a quilometragem dele (234.600 km).



Segundo o Laboratorista o óleo de um motor exatamente igual ao meu deve ser trocado quando se atingir um dos seguintes limites máximos de desgaste:

Alumínio - Al (ppm) = 10;
Cromo - Cr (ppm) = 5;
Cobre - Cu (ppm) = 30;
Ferro - Fe (ppm) = 75;
Níquel - Ni (ppm) = 5;
Chumbo - Pb (ppm) = 30.




Vejam abaixo a pesquisa que fiz sobre a origem destes elementos químicos:


teor de ferro

Origem: O elemento ferro não é adicionado aos lubrificantes como aditivo. Ele aparece no óleo devido ao desgaste das peças que constituem os motores desses automóveis, tais como, cilindros, pistões, engrenagens, anéis, eixos, bomba de óleo, virabrequim, pontos de apoio, etc.

teor de cobre

Origem: O metal cobre não é adicionado ao óleo lubrificante como aditivo, e a presença deste metal em amostras de óleos lubrificantes usados geralmente ocorre devido ao desgaste de guias de válvula, anéis de pistão, pontos de apoio, etc.

teor de níquel

Origem: O níquel pode ser originado do desgaste de pontos de apoio, válvulas, engrenagens (revestida com esse metal), etc.

teor de chumbo

Origem: O chumbo pode indicar desgaste dos pontos de apoio e mancais. O elemento chumbo faz parte de uma liga metálica chamada Gun Metal, utilizada na fabricação de mancais para veículos automotivos, cuja concentração varia de 1 a 6% em massa.
[/i]


Fonte:

https://www.researchgate.net/profile/Ev ... e-FAAS.pdf

teor de alumínio

Origem: Desgaste de espaçadores, calços, arruelas, mancais, pistões de motores alternativos.

teor de cromo

Origem: Anel e camisa do pistão.



Fonte:

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/94523



C) Segue abaixo os contaminantes aos 2000 km:

Silício - Si (ppm) = 2;
Boro - B (ppm) = 1.



D) Segue abaixo os contaminantes aos 5000 km:

Silício - Si (ppm) = 5;
Boro - B (ppm) = 0.



* Conforme descrito acima o limite passado pelo Laboratorista para o Silício é de 20 ppm, devendo o óleo ser trocado se chegar nesse valor.



* Vejam abaixo a pesquisa que fiz sobre a origem destes elementos químicos:

teor de boro

Origem: Vedação hidráulica, refrigerantes


teor de silício

Origem: Poeira


Fonte:

https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sAllowed=y



E) Consumo dos aditivos:


Obs.: não vou dar aqui o teor dos mesmos devido a ser segredo industrial, pois corro o risco de ser processado pelo fabricante do óleo se revelar dados sigilosos.

Os aditivos de óleo tem a função de proteger contra o desgaste, limpar o motor e etc., na citação logo abaixo há uma boa referência sobre a explicação dos aditivos de óleo. O preço do óleo está ligado aos tipos de aditivos (elemento químico) e quantidade desses aditivos (teor). E outro fator que influi no preço do óleo é o tipo da sua base (mineral, semi-sintético e sintético).

É sabido que os aditivos do óleo são consumidos com o decorrer dos quilômetros ou horas de operação do motor. E até existe de fato a hipótese de com o passar dos meses os aditivos serem também consumidos, pois os especialistas em lubrificação são unânimes que em caso de uso severo o óleo deve ser trocado em 6 meses, rodando ou não, ou a pessoa faz uma análise do óleo lubrificante para ver se mesmo após 6 meses de uso ele ainda está em condições de uso, exatamente como eu fiz.



"O aperfeiçoamento das máquinas que operam sob condições severas teve como consequência a necessidade da melhoria das qualidades naturais dos lubrificantes denominados óleos minerais puros. Assim, aditivos são incorporados aos óleos lubrificantes para melhorar sua cor, viscosidade, ponto de fluidez, capacidade antidesgaste, propriedades anticorrosivas e antioxidativas.

Um típico óleo de motor novo é constituído de poliol ésteres (94-97%), antioxidantes (2-4%), antidesgaste/agentes de extrema pressão (1-3%), inibidores de corrosão (<0,5%), inibidores de ferrugem (< 0,5%) e agentes antiespumantes (na ordem de mg L-1).10 Tais aditivos são adicionados aos óleos básicos afim de produzir características específicas de desempenho para operação em condições severas.

Dessa forma, o óleo básico funciona como um solvente para os aditivos, controlando o volume e propriedades da superfície. Esses aditivos contêm metais, tais como, bário, cálcio, zinco, chumbo, cromo, magnésio, antimônio, níquel, cádmio, mercúrio e molibdênio, que são adicionados ao óleo novo como composto organometálico, para melhorar o desempenho do óleo sob condições severas".
.

Fonte:

https://www.researchgate.net/publicatio ... g_the_FAAS




F) Viscosidade:


óleo novo (sem uso):

Visc. 100 (cSt) = 18,76
*valor declarado na Ficha Técnica do óleo: 18,9

Visc. 40 (cSt) = 170,12
*valor declarado na Ficha Técnica do óleo: 169,8


óleo usado (2000 km rodados):


Visc. 100 (cSt) = 16,15

Visc. 40 (cSt) = 149,49


O laboratorista me disse que a viscosidade do óleo com 2000 km rodados está de acordo com o projeto do meu motor.

Obs.: Para quem não sabe, o manual do proprietário do meu carro recomenda os óleos 20W-40 e 20W-50.



óleo usado (5000 km rodados):


Visc. 100 (cSt) = 16,02

Visc. 40 (cSt) = 146,91


O laboratorista me disse que a viscosidade do óleo com 5000 km rodados está de acordo com o projeto do meu motor.

Obs.: Para quem não sabe, o manual do proprietário do meu carro recomenda os óleos 20W-40 e 20W-50.




G) T.B.N. (mgKOH/g):


óleo novo (sem uso):

T.B.N. (mgKOH/g) = 9,02
*valor declarado na Ficha Técnica do óleo: 8,8

óleo usado (2000 km rodados): = T.B.N. (mgKOH/g) = 6,93


óleo usado (5000 km rodados): = T.B.N. (mgKOH/g) = 6,08


"Total Acid Number - T.A.N. / Total Base Number - T.B.N.

O T.A.N. e T.B.N., traduzindo, são abreviaturas de número de acidez total e número de basicidade total respectivamente. Os lubrificantes ao reagirem com o oxigênio da atmosfera, e isto ocorre continuamente, produzem produtos que são ácidos na natureza e são produtos de oxidação orgânica. À temperatura ambiente, esta transformação tem pequeno efeito no lubrificante devido ser muito lenta. Mas como é de se esperar, ao elevar esta temperatura a temperaturas de trabalho de um equipamento, esta transformação é bem mais rápida, podendo chegar a níveis altos de ácidos (ANALÍTICA, 2016).

Esta acidez no lubrificante, tende a aumentar sua viscosidade e se deposita como lacas (tipo de goma ou verniz) nas superfícies quentes (TESTOIL, 2016). Os lubrificantes para Motores de Combustão Interna - MCI, estão continuamente expostos aos produtos da combustão, geralmente ácidos que precisam ser neutralizados para não causar a corrosão dos componentes internos do motor. Para isso, os lubrificantes devem possuir em sua formulação aditivos alcalinos que neutralizam esta acidez, principalmente ácidos fortes como o nítrico e o sulfúrico e os ácidos fracos resultantes da oxidação do lubrificante em seu fim de vida. Logo, o TBN de um lubrificante é o quanto este lubrificante tem de aditivos alcalinos para neutralizar estes ácidos (TESTOIL, 2016).

O lubrificante deve ser trocado quando o TBN atingir 2 ou 3 mg KOH/g, uma vez que abaixo destes valores a queda até se esgotar é bem rápido e pode causar danos ao motor (FERNANDES, 2012). Esta reserva alcalina é muito importante para prevenir a corrosão prematura dos componentes do motor (TESTOIL, 2016)".


Fonte:

https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sAllowed=y



H) Ponto de Fulgor:

óleo novo (sem uso): = 237
*valor declarado na Ficha Técnica do óleo: 236

óleo usado (2000 km rodados): = 225


óleo usado (5000 km rodados): = 221



"Ponto de fulgor

É a menor temperatura na qual o lubrificante desprenderá vapores que no ar, ao ser colocado em presença de uma chama, irá se inflamar momentaneamente, formando um lampejo (“flash”) e esta chama logo se apaga (CARRETEIRO e BELMIRO, 2006).

Quanto menor for a temperatura de fulgor de um lubrificante, maior será a possibilidade do lubrificante se vaporizar dentro de um motor quando este estiver quente. O valor mínimo deve ficar em torno de 205ºC, mas se puder ser maior é melhor. Os lubrificantes no mercado têm seu ponto de fulgor entre 180 e 270ºC (MARTINS, 2015)".


Fonte:

https://repositorio.unesp.br/bitstream/ ... sAllowed=y



I) Água:

óleo novo (sem uso): = 0%

óleo usado (2000 km rodados): = 0%

óleo usado (5000 km rodados): = 0%



J) Aparência:

óleo novo (sem uso): = Bom

óleo usado (2000 km rodados): = Escuro

óleo usado (5000 km rodados): = Escuro



K) Odor:

óleo novo (sem uso): = Caracteristico

óleo usado (2000 km rodados): = Caracteristico

óleo usado (5000 km rodados): = Caracteristico



Ficha Técnica do óleo Valvoline Max Life 20W-50:

http://www.valvoline.com.br/imagens/Maxlife.pdf




J)Veredito:

Alterações Observadas:
- Nenhuma alteração.
Observação:
- A análise e o diagnostico presentes nesse relatório referem-se à amostra coletada e enviada pelo cliente.
- Os resultados apresentados tem significação restrita e se aplicam a essa respectiva amostra.
- As informações presentes neste diagnóstico somente devem ser reproduzidas por completo e sem alterações.


:clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa:



O Laboratorista por telefone me disse que a próxima análise deve ser aos 7000 km, e se estiverem alcançados os limites descritos acima, então o óleo deverá ser trocado de imediato.



* Obs.: Não vou publicar aqui o arquivo pdf da análise de óleo do meu carro porque nele tem os teores de aditivos do óleo, que são segredo industrial.


Assim só estou passando parcialmente os dados da análise de óleo a título de curiosidade, de forma alguma estou querendo que meu carro seja tomado como exemplo a ser seguido de troca de óleo, pois cada caso é um caso, e para saber a real situação de cada motor é obrigatório que se faça a análise em laboratório periódica de óleo do motor do seu carro.

Pois são várias variáveis que influem no desgaste do motor e na degradação do óleo, sendo fatalmente apenas um laboratorista que será capaz de dar o veredito de que o óleo ainda está em condições de uso apesar dos quilômetros e tempo de uso do mesmo.


A análise de óleo é a prática do que chamamos manutenção preditiva, com ela se gasta menos do que com a manutenção preventiva, pois na manutenção preditiva se troca a peça ou item na hora certa, sendo que na manutenção preventiva se troca a peça ou item quando o mesmo ainda tem condições de uso, gerando gastos.

Assim se na análise de laboratório de óleo quando ele estiver com 7000 km ou 1 ano, o que ocorrer 1º, o óleo passar neste teste, então ao invés de eu trocar o óleo a cada 6 meses ou 3000 km, passarei trocar no prazo de 7000 km ou 1 ano de uso, o que ocorrer 1º, e então gastarei a metade do valor na troca de óleo (R$ 150,00 a troca de óleo do MaxLife - 4 litros + fitro de óleo).



CONCLUSÃO

Assim concluo que devido a todos esses itens citados acima que são verificados em uma análise de óleo, basta o óleo ser reprovado em apenas um desses itens para prejudicar a lubrificação do motor e a sua vida útil, então vejo como é arriscado chutar que tal óleo aguenta 10.000 km... o prudente então seria seguir a risca o que diz o manual do proprietário ou fazer uma análise de óleo para verificar se de fato o óleo ainda está em condições de uso, assim como eu estou fazendo.

Então vou esperar o óleo chegar a 7000 km ou 1 ano de uso, o que ocorrer primeiro, e fazer a última análise de óleo.



Para quem quiser usar o Valvoline MaxLife, recomendo que antes verifique se o motor tem borra de óleo, pois ele é um óleo muito aditivado... ele é da categotia API SN, o que confere grande carga de aditivação anti-borra (limpeza), pois se tiver borra poderá ocorrer uma limpeza tão grande a ponto de soltar alguma borra e entupir algum canal de lubrificação ou até o pescador da bomba de óleo chegando a fundir o motor. Veja por exemplo abaixo uma questão sobre uso de óleo sintético ou muito aditivado em carro antigo:

"Não é aconselhável usar óleos sintéticos ou lubrificantes muito aditivados em carros mais antigos?

O problema não é a idade do carro, e sim o estado de manutenção do motor. Óleos muito aditivados tendem a soltar todas as impurezas antigas retidas nas galerias de lubrificação, entupindo a bomba. Por outro lado, quanto mais moderno, maior a proteção para o motor".
.
Fonte: Site Tribuna da Bahia


Vejam maiores detalhes de como retirar a borra do motor do carro no tópico abaixo:

http://www.golquadrado.com.br/forum/vie ... =+max+life

Para quem se interessar em fazer uma análise de óleo eu fiz a do meu carro no IAPA - Instituto de Avaliações e Perícias Automotivas.

Por fim para se fazer uma análise de óleo precisa de uma bomba de sucção de óleo compatível com o frasco de coleta do laboratório. O IAPA me indicou um fabricante da referida bomba e saiu bem em conta.

IAPA:
- site: http://www.iapa.com.br
- Telefone: (19) 2105-8500
- e-mail: iapa@iapa.com.br

Vejam no vídeo abaixo a apresentação do IAPA:

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=bM_eG8puMas[/BBvideo]


Então até os 7000 km ou 1 ano de uso do óleo, o que ocorrer 1º ! :bye: :bye: :bye: :bye:


Maiores detalhes vejam no tópico do link abaixo:

http://www.golquadrado.com.br/forum/vie ... 19&t=38966


Abraços, :friend:
Editado pela última vez por Rodox em 30 Mar 2018, 10:06, em um total de 2 vezes.
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
bleidao
SUPORTE
SUPORTE
Mensagens: 13370
Registrado em: 06 Set 2010, 09:23
Carro: Gol Plus 1986
Localização: Serra, ES
Contato:

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por bleidao »

Legal o vídeo mostrando como são deitas as análises.
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

bleidao escreveu:Legal o vídeo mostrando como são deitas as análises.

Somos dois então! :friend:
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Acabei de fazer o vídeo da análise do óleo aos 5000 km.

Compartilhem, por favor, este vídeo com seu amigos! :good: :good: :good: :good: :good:

Grato,


[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=6aFzCDK2O2E&t=99s[/BBvideo]

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=6aFzCDK2O2E&t=99s
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Finalmente chegou os 5.600 km e 10 meses de uso do óleo :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa:

Vejam o vídeo que fiz sobre a análise do óleo após este período:

Motor que quase não desgasta (Parte 1/3):

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=uDkRuhE7lds[/BBvideo]

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=uDkRuhE7lds

Abraços,
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
bleidao
SUPORTE
SUPORTE
Mensagens: 13370
Registrado em: 06 Set 2010, 09:23
Carro: Gol Plus 1986
Localização: Serra, ES
Contato:

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por bleidao »

Mas mandou para o teste novamente?
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

bleidao escreveu:Mas mandou para o teste novamente?
Não... eu publiquei isso no tópico a mais de um mês (15/06/2018), mas só agora você viu.

Acho que falta uns 400 km ainda pra próxima análise.
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
bleidao
SUPORTE
SUPORTE
Mensagens: 13370
Registrado em: 06 Set 2010, 09:23
Carro: Gol Plus 1986
Localização: Serra, ES
Contato:

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por bleidao »

Eu estou meio alienado do fórum. Faculdade consumindo meus recursos (tempo) kkkk
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

[quote="bleidao"]Eu estou meio alienado do fórum. Faculdade consumindo meus recursos (tempo) kkkk[/quote

No meu caso o pior ano foi o 3° de engenharia mecânica, depois disso acostumei com o grau dificult turbo kkkk kkkk

Mas tinha que continuar estudando senão ou levava reprovação ou a média de nota caia. Então eu me matei de estudar até o fim.
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
bleidao
SUPORTE
SUPORTE
Mensagens: 13370
Registrado em: 06 Set 2010, 09:23
Carro: Gol Plus 1986
Localização: Serra, ES
Contato:

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por bleidao »

Não consigo entender direito como as pessoas absorvem o que lhes é passado. Eu como um dobrado para conseguir lidar com trabalho e estudo. Mas sempre dou os meus pulos. Nem que para isso prejudique o meu sono.
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Vejam os dois vídeos abaixo que fiz (Parte 1 e parte 2) sobre:

Porque decidi usar no meu Gol Quadrado o Valvoline Max Life 20W-50


(Parte 1)

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=QMWve0FEjCU&t=144s[/BBvideo]



(Parte 2 - Final)

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=ei66ZtNjpkE&t=1s[/BBvideo]

* Vejam os vídeos citados nos dois vídeos acima:

a)

O que é a classificação API de Nível de Desempenho de Óleo de Motor?

https://www.youtube.com/watch?v=EHzOPAAYOMk


b)

1. Motor que quase não desgasta, encontrei o método! (Parte 1)

https://www.youtube.com/watch?v=uDkRuhE7lds


c)

4. Motor que quase não gasta, encontrei o método (Parte 4) - Valvoline Max Life 20W-50

https://www.youtube.com/watch?v=LNCLraS0bXw


d)

5. Motor que quase não desgasta, encontrei o método! (Parte 5) - Valvoline Max Life 20W-50

https://www.youtube.com/watch?v=y49EfoAt3zw


Abraços,
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Vejam o vídeo abaixo que eu fiz sobre:

Devo usar óleo mais grosso em motor com alta quilometragem?

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=ly5i8BSrI3M[/BBvideo]

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ly5i8BSrI3M

Abraços, :friend:
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Finalmente, chegou o fim do teste: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa: :clapaa:

O óleo 20W-50 durou 6.500 km em 1 ano - Valvoline Max Life (semi-sintético)

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=qGxyMcn1WK0[/BBvideo]

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=qGxyMcn1WK0


Abraços, :bb:
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Rodox
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 3685
Registrado em: 01 Abr 2014, 10:40
Carro: vendi

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por Rodox »

Pessoal,

Vejam o novo vídeo:

Motor ficou silencioso após a troca do óleo - Gol 1.8AP 1990 - Valvoline Max Life 20W-50

[BBvideo 560,340]https://www.youtube.com/watch?v=nKSBj3NgdX0[/BBvideo]

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=nKSBj3NgdX0

Abraços,
Rodox

Gol GL 1.8 AP - ano 1990 (gasolina)
Avatar do usuário
João Victor AP
Membro - Gold
Membro - Gold
Mensagens: 5845
Registrado em: 03 Ago 2015, 18:10
Carro: Gol CLi 1996 AP 1.6
Localização: Coromandel - MG

Re: Troca de óleo: quando e qual óleo? (Gol Quadrado - G1)

Mensagem por João Victor AP »

Aqui na minha cidade e nas cidades vizinhas já cansei de procurar e não encontro Valvoline.
Em Uberlândia tem, um dia que eu for para lá, visitar alguém, ou ir passear, aproveito e compro 3 litros de óleo Valvoline 15w40 para colocar no Siena.
Responder

Voltar para “Motor e Cambio”